quarta-feira, 29 de abril de 2009

Preconceito

O interessante em escrever é o tempo que gastamos para deixar uma idéia amadurecer.
É sempre bom a pesquisa.
Manter a mente aberta é estar em estudo contínuo, conscientemente ou não.
Vamos ao assunto. Preconceito.
Quero afirmar que sou a favor em primeiro lugar. Mas antes de tacarem as pedras, convido a mais uma análise.
Preconceito é qualquer conceito prévio, uma idéia antecipada. O que não é ruim, muito menos errado.
Logo, qualquer idéia que temos antes de vivenciarmos ou conhecermos algo ou alguém, é um pré-conceito. Seja esta uma opinião boa ou ruim.
Sejamos racionais, no mínimo razoáveis. Não precisamos dar murro em ponta de faca.
No decorrer da vida aprendemos com falhas, acertos, observações. Com isso criamos nossos escudos, nossa experiência, que não é nada mais nada menos que uma série de pré conclusões baseadas em comparações com nossa vivência até o momento.
Diversas vezes não precisamos passar por determinada situação ou conhecer um certo tipo de pessoa para sabermos que não vamos gostar ou que podemos nos machucar.
Nosso inconsciente trabalha fazendo as comparações necessárias para continuarmos a caminhar. Agimos então, muito mais com o inconsciente do que o contrário. E cada experiência na vida vai gerar uma mensagem gravada no inconsciente.
Considero a mente como um todo, um instrumento da razão. Nem sempre é somente o consciente que implica em racionalidade, realidade. A sua realidade e sua razão também estão no inconsciente.
Vejamos exemplos de preconceitos racionais.
Quando ouço falar sobre a vida de alguém no campo, não espero conhecer tal pessoa para imaginá-la falando uma lingua totalmente "diferente" da minha, nem deixo de imagina-la com simplicidade e costumes completamente opostos aos da cidade. Pré-conclusão, pré-conceito.
E quando conhecemos um paulista por bate-papo, atribuímos logo as pronúncias típicas a ele.
Sem ser hipócrita, sei, quando vejo um mendigo, através de todos pelos quais já passei, que o odor é desagradável. Parece bobo, mas é uma idéia que tenho antes mesmo de passar por ele, logo, é um preconceito sim.
Preconceitos são muitos, e são necessários. Vemos isso como algo pejorativo, mas estamos errados. Ter uma idéia, embora não fixa, é como saber as chances de algo ser uma coisa ou outra. É se basear em probabilidade.
O que não concordo é com o preconceito irracional.
Não vejo motivos para julgar um negro ou um homossexual.
Sei que matematicamente a maior parte da classe dos menos favorecidos é negra, mas se fosse branca daria no mesmo. Temos mesmo é que trabalhar para mudar a base e não julgar pelos sintomas.
Não concordo também com o radicalismo.
Você pode e deve ter quantos preconceitos racionais forem necessários, mas não deve ficar preso a eles.
Tenho preconceitos mais pessoais.
Não deixaria meu filho brincar com o filho do Fernandinho Beira-Mar.
Quando vejo uma pessoa obesa, atribuo a bastante comida, pois sei que casos de doença são bem menores. A doença na maioria dos casos está na cabeça, na falta de controle.
Quando vejo uma fé cega por qualquer coisa principalmente pelo cristianismo, deprecio a inteligência e o poder de observação e de lógica do indivíduo.
Quando vejo qualquer homem se preocupando excessivamente com o tamanho do seu braço e reparando ainda, nas definições dos seus amigos, concluo inevitávelmente que ele difícilmente me acrescentará algo.
Nem sempre estou certo. É apenas uma pré observação. Uma analise do que pode ser. Não me prendo a nada disso. Seria cegueira total.
O preconceito é o que a mente usa para te indicar uma probabilidade baseada nas imagens gravadas anteriormente no inconsciente.
Seus preconceitos vão falar muito da sua história, suas experiências, vão definir muito você.
Se não concluirmos nada com a vida, não estamos aprendendo nada com ela. Não estamos vivendo. Tenham mais preconceitos.

2 comentários:

  1. Nossa, fiquei surpreendida logo no começo do texto, porque é tão difícil uma pessoa assumir de forma tão sincera uma opinião, ainda mais quando se trata de preconceitos, pois sempre levamos para o lado ruim de seu significado. Concordo com a idéia de não estarmos fechados a mudanças de opinião: muitas vezes em nossas vidas passamos por tantas coisas que criamos uma “capa” protetora, olhamos para pessoas (ou situações) e logo associamos a algo que já aconteceu e não queremos que aconteça de novo, mas estar aberto a perceber que nem tudo é igual é essencial, mas saber não cair na mesma “armadilha” é fundamental (é o uso de preconceito com defesa pessoal). Isso só mostra que não passamos pelas situações e pessoas de forma indiferente, como se não tivessem nos acrescentado nada. Quanto a julgar algumas “coisas”, fica para debate...rs.

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